EFT SILVANAPRADO

Artigos, vídeos e MP3 sobre a técnica EFT, uma acupuntura sem agulhas que de maneira simples e rápida muda os programas internos que causam infelicidade. Aprenda a ser feliz!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O que você pensa que sou e o que sou de verdade! por Silvana Prado — COACH em Prosperidade Financeira e Espiritual

No meu aniversário recebi um cartão muito lindo, no qual a minha cliente escreveu: 


Sil, minha querida, gostaria de lhe agradecer pelas inúmeras vezes que você me enxergou e me ajudou a me enxergar melhor do que sou pela sua capacidade de me olhar devagar, já que nesta vida muita gente me olhou depressa demais.

Fiquei pensando nesta frase: Já que muita gente me olhou depressa demais, que coisa mais linda, não é? Quantas pessoas olham para nós, e em um olhar fazem um julgamento, determinando dentro delas quem somos.

Olhamos depressa demais as pessoas sem sabermos de onde elas vêm, qual sua dor e, acima de tudo: têm muita coisa por trás da aparência.

Esse olhar de enxergar a beleza escondida do outro é o que toda pessoa que trabalha na área da saúde deveria ter. Quem nos procura está em sofrimento, muitas vezes perdido, atirando para tudo quanto é lado sem saber como resolver sua dor, e na dor magoamos mais ainda as pessoas.
O cartão desta moça me faz querer ser uma pessoa melhor, porque sendo uma pessoa melhor posso ver ainda mais a beleza que existe dentro de cada pessoa que me procura.

Nas reuniões do grupo APOIAR também vemos muito isto, pessoas tão perdidas em tanto sofrimento que se tornam diferentes do que realmente são.

E quem pode negar as marcas que o passado deixa em nós? É a mulher que sofreu um abuso sexual e hoje não consegue confiar em ninguém, se tornando uma pessoa difícil de conviver, não porque ela é assim, mas porque é assim que se protege de ser magoada como foi.

Ou o menino que sofreu críticas constantes de seus pais e hoje não consegue ser ninguém porque está sempre pensando: Não sou nada, nunca serei alguém, pois a voz do pai ou da mãe continuam ecoando dentro dele como se fosse a verdade absoluta em sua vida.

Crianças que foram abandonadas ou espancadas se tornam extremamente agressivas, mas foi isto que aprenderam? E como mudar tudo isto?

Muitas pessoas boazinhas se acham no direito de julgar e condenar os que não são bonzinhos, talvez sem perceberem que se tornaram bonzinhos e direitinhos porque tiveram chances melhores e quem sabe quem seriam se tivessem passado pela dor, abuso físico e emocional que os não bonzinhos passaram?

Afinal, quem pode julgar de verdade?

Eu tinha tudo para dar errado, a ansiedade me acompanhou desde muito pequena, dificultou muito minha vida, eu era revoltada com tudo, porque o mal-estar era tão grande que eu aprendi a reagir em função da dor emocional que sentia o tempo todo. Apesar de todas as críticas de meus pais e familiares eu percebia que havia em mim algumas coisas que não via em outras pessoas boazinhas e normais.

Minha criatividade sempre foi algo fantástico, o que eu resolvesse aprender eu aprendia, desde pequena pintava lindos quadros e aprendi a fazer quase todo tipo de artesanato. Se eu pegasse algo para decorar, em poucos minutos tinha criado algo bonito, resolvi cozinhar e minhas comidas eram deliciosas. As pessoas diziam coisas negativas de mim, mas eu sentia que tinha alguma coisa boa.

Meu primeiro grande feedback foi de um professor, foi pedido à classe que escrevesse uma redação sobre a Terra, e a minha foi eleita a mais linda da turma e fui ler na frente da classe. Para mim que me achava um nada (feia, magrela, burra) aquilo foi uma honra, e o professor no final da aula me chamou e me disse: Um dia você será uma escritora. O que ele falou ficou comigo como a primeira lembrança de alguém ter me elogiado, me visto de maneira mais longa. Eu tinha 12 anos, então, esperei 12 anos para me sentir elogiada, para ver vista!

Eu poderia ter me envolvido com drogas e pessoas que tinham comportamentos destrutivos, não faltaram oportunidades, mas fiz escolhas diferentes, no fundo eu queria ser uma pessoa valorosa, admirada. E fui passando a vida em quedas e decepções comigo mesma, nunca conseguindo ser a pessoa que desejava, até que veio a Síndrome do Pânico, e este foi meu primeiro momento de acordar. Aprendi que para eu estar com aquele transtorno era preciso que muita coisa estivesse em desequilíbrio dentro de mim, e foi quando conheci a meditação, yoga, o poder do exercício na cura e o poder do pensamento claro e sem autoacusação.

Conheci o Budismo, que, diferente das religiões de que eu havia participado, me dizia para eu ter compaixão comigo, para me aceitar, ao invés de ficar com medo de ir para o inferno ou umbral, seja lá o nome que deem à punição aos que não são bons.

E na autocompaixão e autoaceitação, percebi que havia muita coisa boa dentro de mim e que queria me focar nas minhas qualidades, já que tinha gente demais focada nos defeitos.

Montei o grupo APOIAR e, apesar de meus defeitos e de tantas críticas à minha pessoa, pensei no potencial que tenho e não no que me falta. Eu nunca seria quem sou se continuasse e pensar no que não sou, nunca teria tido a chance de ajudar tantas pessoas como já ajudei até hoje sendo presidente do Grupo Apoiar e como terapeuta e Coach.

Muitos dos bonzinhos que conheci continuaram dedicando sua vida a seus familiares, ao seu pequeno mundo. Nós, os não bonzinhos, somos empurrados a uma direção de um amor mais universal. O mundo se torna maior para nós.

E é isto que vejo nesta moça que me escreveu o cartão de aniversário, tudo de fantástico que tem dentro dela, sendo abafado por tudo de negativo que aconteceu no passado.  Vamos procurando uma brecha emocional, para que ela veja a pessoa maravilhosa que é.

Percebo que às vezes ela chora emocionada nas nossas sessões, quando tem aqueles vislumbres da luz que existe dentro dela, mas é tão rápido, passa tão depressa, e ela volta a ver os defeitos.
Sei, porém, que tem algo extraordinário dentro dela e em algum momento isto vai explodir em luz que se expandirá a sua volta e um dia com certeza irá perceber que ser “normoide” não é a melhor escolha.   

Ser bonzinho por medo não é uma opção, é uma obrigação. E depois, olhando todos os erros, vemos os aprendizados, os erros do passado são a sabedoria de hoje. Quem viveu uma vida morna e sem erros, nada aprendeu, nada ousou.

O importante é acreditar em você mesmo, olhar para as qualidades buscando se tornar quem você está destinado a ser.

Obrigada, minha querida, pelo lindo cartão. Espero que você não desista de si mesma, da mesma forma que não desisti de mim, e ainda que eu veja a quantidade de defeitos que ainda carrego, sinto que a cada dia procuro me concentrar no Deus que existe em mim, e assim a cada dia permito mais que Ele brilhe em meu coração e minha mente.


Muita paz.  Silvana Prado  CLIQUE AQUI e veja matérias e MP3 de EFT